domingo, 30 de junho de 2013

Os livros de física para o ensino médio



  Ao contrário do vídeo, o livro requer uma participação do leitor, pois ele precisa criar os sons das vozes, imagens, gestos, expressões e emoções no seu cérebro. O leitor cria tudo no seu cérebro a partir das palavras escritas. Se ele sentir uma pequena satisfação com essa imaginação criativa, o livro deu a ele algo que a televisão ou o vídeo não pode oferecer.
   Os vídeos são decodificados por um aparelho, o expectador precisa apenas ver e ouvir. Mas eles despertam as atenções dos jovens e podem ser revistos até o estudante dirimir, ou pelo menos diminuir, suas dúvidas.
   Mesmo assim, é leviano simplesmente dizer que os jovens não se interessam pelos livros de física. Em 2002 quando o meu filho iniciou o primeiro ano do Ensino Médio, eu observei que ele nem sequer abria o livro de física, mas antes de conversar com ele eu resolvi dar uma olhada no livro. Para minha surpresa, eu também não consegui ler, pois o livro parecia mais um manual que ensinava apenas como usar determinadas equações sem explicar de maneira adequada os fenômenos físicos.
   Isto é lamentável, pois há um grande número de fenômenos físicos que participam de cada momento da nossa vida. A frequência cardíaca, a pressão arterial, na transpiração as gotículas de suor que evaporam retiram calor do nosso corpo.
   Na hora do susto as pupilas dilatam para aumentar a captação da luz, melhorando a visão em um ambiente com pouca luz. O som chega até o ouvido através de uma sucessão de compressões e rarefações do ar, isto é, uma onda sonora.
   Além disso, precisamos entender os fenômenos físicos para preservar a própria vida, pois ao ignorar alguns desses fenômenos podemos colocá-la em risco. Por exemplo, os relâmpagos são gigantescas descargas elétricas e quando ocorrem essas tempestades elétricas é necessário procurar lugares seguros.
   A distância de parada de um veículo depende do estado da pista; esta distância é muito maior quando o asfalto está molhado. A lei que obriga o uso do cito de segurança é uma lei feita pelo homem. Ao violar esta lei, o custo pode ser apenas uma multa, mas não se esqueça que durante um acidente sem o cinto de segurança a “multa” da “lei da inércia” pode ser a vida.
   Para dar oportunidade às pessoas de entenderem os fenômenos físicos, eu iniciei o Projeto Celeritas. Neste projeto, estou desenvolvendo material didático para o ensino de física. Já escrevi três livros com uma abordagem que incorpora a dinâmica da descoberta. Agora, estou gravando e postando vídeos com o conteúdo desses livros. Para assistir os meus vídeos entre site:
https://www.youtube.com  (faça busca por Jair Lucinda). Já postei quarenta vídeos, a meta é postar duzentos vídeos, até a final deste ano.

As redes sociais e as manifestações



   As redes sociais funcionam como um meio eficiente na convocação e divulgação das manifestações. Mas há um outro aspecto extremamente importante das redes sociais que não é salientado com a devida ênfase. É através dessas redes que circulam charges, mensagens, fotos e vídeos que mantêm os jovens bem informados sobre as ações e comportamentos inadequados da classe política brasileira.
   Eu confesso a minha desilusão, pois a impunidade, a morosidade da justiça, os crimes sem os criminosos, os condenados soltos, a péssima qualidade dos serviços públicos em todos os níveis com os disfarces da propaganda oficial estão levando o Brasil a uma plutocracia disfarçada de democracia.
   Precisamos exigir do Congresso Nacional um código de proteção do contribuinte, pois pagamos impostos demais (aproximadamente cinco meses de trabalho por ano) por um péssimo serviço público.
   Precisamos lutar contra a burocracia que trava tudo no Brasil, e pela redução do número de ministérios e de cargos comissionados. Não é por acaso que há muita corrupção no nosso país, pois a burocracia é a subcultura dos corruptíveis.
  Para mim, as manifestações convocadas através das redes sociais representam o início do fim da desesperança. Uma luz piscou no fim do túnel.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Os benefícios da leitura



   Um dos principais objetivos da educação é despertar a imaginação e desenvolver a capacidade de raciocínio. Mas para desenvolver a imaginação e o raciocínio é necessário ler. O problema é que muitas pessoas, quando tentam ler, murmuram soletrando cada palavra e depois voltam tentando obter a combinação das palavras e dificilmente conseguem entender a ideia exposta no texto.
   Essas pessoas não são apenas crianças que estão no ensino fundamental. Os adolescentes que estão cursando o ensino médio também apresentam dificuldades no entendimento de textos. Infelizmente, este problema não acaba no ensino médio, pois as pesquisas indicam que um percentual significativo, quase 40%, dos jovens universitários são analfabetos funcionais, isto é conseguem ler, mas não compreendem satisfatoriamente.
   O livro desperta a imaginação criativa, pois o leitor cria os sons das vozes, imagens, gestos, expressões e emoções no seu cérebro, e ainda desenvolve o raciocínio. Este exercício com o cérebro é fundamental, pois além de propiciar o seu desenvolvimento como ser humano, ainda faz bem para a sua saúde mental.
   É preciso criar o hábito de leitura nas primeiras séries do ensino fundamental, quem já foi ou é professor há de concordar que é mais fácil motivar uma criança a ler do que um adolescente. Além disso, a diferença entre um leitor e um não leitor aumenta continuamente com o passar dos anos. Quanto mais uma pessoa lê, mais informações ela recebe. O seu vocabulário aumenta e as alusões literárias se tornam mais familiares. Nunca é demais reafirmar, um jovem habituado a ler terá mais oportunidades na vida.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O professor



   No vídeo, ficamos inertes com a mente vazia enquanto ouvimos o som e vemos as imagens. Este é o ponto fraco do vídeo, não requer nada da nossa imaginação. Se outras pessoas assistirem o mesmo vídeo, as suas mentes serão preenchidas exatamente da mesma maneira com os mesmos sons e imagens.
  Ao contrário do vídeo, o livro requer uma participação do leitor, pois ele precisa criar os sons das vozes, imagens, gestos, expressões e emoções no seu cérebro. O leitor cria tudo no seu cérebro a partir das palavras escritas. Se ele sentir uma pequena satisfação com essa imaginação criativa, o livro deu a ele algo que a televisão ou o vídeo não pode oferecer.
   O livro desperta a imaginação, mas ler não é uma atividade fácil. Ler é um talento que precisa ser adquirido e aperfeiçoado com o passar do tempo. Provocar o desenvolvimento deste talento é uma das tarefas fundamentais dos professores de todas as disciplinas, pois qualquer área do conhecimento requer o entendimento das ideias, descrições, princípios e enunciados expostos nos textos. O professor é quem motiva, explica e volta a explicar, tira dúvidas, cobra, corrige e avalia, com o objetivo de provocar o desenvolvimento da imaginação e do raciocínio. O professor é a pessoa que transmite o conhecimento junto com sua experiência. Seja na educação formal ou nas atividades esportivas. Alguém acha que é possível ganhar uma medalha na olimpíada sem um bom treinador?

O vídeo



   A televisão envolve a fala e a imagem, mas se por alguma razão o som continua a ser transmitido e a imagem escurecer, ainda assim, temos uma boa noção do assunto. Mas se a imagem for transmitida claramente com o som desligado, ficamos frustrados, pois fica difícil entender o que está acontecendo.
   Observe que o rádio transmite apenas a fala e alguns efeitos sonoros, mesmo assim, as emissoras de rádio continuam com grandes audiências. Obviamente, em alguns casos a imagem pode ser extremamente útil, mas ela pode ser substituída por uma descrição do que está acontecendo e o ouvinte não irá sentir a sua ausência. Mas a ausência da fala dificulta enormemente a comunicação, um exemplo é o cinema mudo. Apesar do talento de alguns atores e de todos os gestos e insinuações, o cinema mudo foi desbancado pelo sonoro.
   O vídeo didático, tal como a televisão ou o cinema, pode envolver a fala e a imagem. Mas neste caso, o vídeo deve ser de curta duração, pois é difícil manter a atenção do espectador com uma exposição longa. Este é, na realidade, o ponto forte do vídeo, pois é possível apresentar em aproximadamente dez minutos o conteúdo de uma aula que duraria cinquenta minutos em uma sala de aula. Assim, o estudante pode rever uma aula e dirimir suas dúvidas ou, pelo menos, reduzi-las.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O livro



   No início, os seres humanos inventaram a fala. Aprenderam a modular a respiração e a usar diferentes modulações do som para designar objetos materiais e abstrações. Depois surgiu a invenção que é uma das mais simples dentre as tecnologias criadas pela humanidade. Mas foi a que provocou as maiores transformações na vida das pessoas. Esta invenção é a palavra escrita, isto é, a codificação da fala.
   Inicialmente, a escrita suméria utilizava figuras simplificadas que representavam objetos e ações. A mudança revolucionária ocorreu quando as figuras desenhadas passaram a representar sons, isto é, “imagens” dos sons. Com o passar do tempo, as figuras simplificadas, gravadas em tabletes de barro pelos primeiros escribas sumérios, tornaram-se caracteres estilizados.
   Assim, os sons modulados foram codificados e agora podiam ser vistos pelos olhos e transformados em sons no cérebro. Portanto, o livro é um dispositivo que contem o que podemos chamar de “fala armazenada”.
  A linguagem é um atributo universal da humanidade, e a maior parte das informações chega até nós através da fala e sua forma armazenada (manuscrita, impressa ou em arquivos eletrônicos) do que sob a forma de imagens.
   No início, era possível codificar apenas algumas palavras em um tablete de barro. Agora podemos transportar uma biblioteca inteira em um tablete que cabe no bolso.