Há mais de uma dúzia de anos. Havia um
programa de capacitação de professores do Ensino Médio chamado de PRÓ-CIÊNCIAS.
Neste programa, os professores ganhavam três reais por hora de aula que
assistiam nos finais de semana. Os projetos eram elaborados por equipes
de professores universitários. Mas, somente os projetos que recebiam um parecer
favorável eram executados.
Além de contribuir para a qualificação dos
docentes do Ensino Médio, este programa também criou uma espécie de intercâmbio
entre o departamento, onde eu trabalhava, e os professores do Ensino Médio.
Esses professores agendavam um horário e levavam seus alunos para assistirem e
participarem de demonstrações experimentais nos laboratórios.
Esse
programa é um exemplo de iniciativa do governo federal que estava dando certo,
mas foi descontinuado com a mudança de governo.
Agora o Ministro da Educação anuncia a
criação de um programa similar ao que foi descontinuado. É o recomeço de uma
experiência que não deveria ter sido abandonada. Nada de novo, mas a memória é
curta e o governo atual anuncia o programa como se fosse algo inédito e
inovador para ajudar a resolver o problema da educação no país.
Quando entra um novo governo, ocorre um desmonte
ou esquecimento dos programas bons ou ruins que estavam sendo executados. As
pessoas que estavam desenvolvendo esses programas são dispensadas ou
deslocadas. Assim não há uma evolução ou aperfeiçoamento, pois toda a
experiência é esquecida ou ignorada. Essas descontinuidades ocorrem nas esferas
federal, estadual e municipal.
Um passo para frente seguido de um passo
para traz. Num período de médio prazo, a educação não sai do lugar. Esse
mecanismo perpetua o estado lastimável da educação brasileira.
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