terça-feira, 26 de novembro de 2013

A FALTA DE CONTINUIDADE NA EDUCAÇÃO



   Há mais de uma dúzia de anos. Havia um programa de capacitação de professores do Ensino Médio chamado de PRÓ-CIÊNCIAS. Neste programa, os professores ganhavam três reais por hora de aula que assistiam nos finais de semana. Os projetos eram elaborados por equipes de professores universitários. Mas, somente os projetos que recebiam um parecer favorável eram executados.
   Além de contribuir para a qualificação dos docentes do Ensino Médio, este programa também criou uma espécie de intercâmbio entre o departamento, onde eu trabalhava, e os professores do Ensino Médio. Esses professores agendavam um horário e levavam seus alunos para assistirem e participarem de demonstrações experimentais nos laboratórios.
   Esse programa é um exemplo de iniciativa do governo federal que estava dando certo, mas foi descontinuado com a mudança de governo.
   Agora o Ministro da Educação anuncia a criação de um programa similar ao que foi descontinuado. É o recomeço de uma experiência que não deveria ter sido abandonada. Nada de novo, mas a memória é curta e o governo atual anuncia o programa como se fosse algo inédito e inovador para ajudar a resolver o problema da educação no país.
   Quando entra um novo governo, ocorre um desmonte ou esquecimento dos programas bons ou ruins que estavam sendo executados. As pessoas que estavam desenvolvendo esses programas são dispensadas ou deslocadas. Assim não há uma evolução ou aperfeiçoamento, pois toda a experiência é esquecida ou ignorada. Essas descontinuidades ocorrem nas esferas federal, estadual e municipal.
   Um passo para frente seguido de um passo para traz. Num período de médio prazo, a educação não sai do lugar. Esse mecanismo perpetua o estado lastimável da educação brasileira.

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