Em 12 de novembro de 1906, o relógio
marca 16:45h no Campo de Bagatelle. O homem com o chapéu de abas caídas dispara
com sua máquina feita com pipas-caixas, um par de rodas e um motor. Neste
momento, o 14 bis decola contra o vento atingindo 1, 2, 3,..., 6 metros de altitude e
flutua como se fosse uma nuvem sobre os observadores boquiabertos antes de
pousar. A plateia em êxtase carrega nos ombros Alberto
Santos Dumont que, com
estudo e determinação, realizou um sonho da humanidade. Este foi o primeiro
voo registrado nos anais da Federação Aeronáutica Internacional, 220 metros no ar.
domingo, 22 de dezembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
A FALTA DE CONTINUIDADE NA EDUCAÇÃO
Há mais de uma dúzia de anos. Havia um
programa de capacitação de professores do Ensino Médio chamado de PRÓ-CIÊNCIAS.
Neste programa, os professores ganhavam três reais por hora de aula que
assistiam nos finais de semana. Os projetos eram elaborados por equipes
de professores universitários. Mas, somente os projetos que recebiam um parecer
favorável eram executados.
Além de contribuir para a qualificação dos
docentes do Ensino Médio, este programa também criou uma espécie de intercâmbio
entre o departamento, onde eu trabalhava, e os professores do Ensino Médio.
Esses professores agendavam um horário e levavam seus alunos para assistirem e
participarem de demonstrações experimentais nos laboratórios.
Esse
programa é um exemplo de iniciativa do governo federal que estava dando certo,
mas foi descontinuado com a mudança de governo.
Agora o Ministro da Educação anuncia a
criação de um programa similar ao que foi descontinuado. É o recomeço de uma
experiência que não deveria ter sido abandonada. Nada de novo, mas a memória é
curta e o governo atual anuncia o programa como se fosse algo inédito e
inovador para ajudar a resolver o problema da educação no país.
Quando entra um novo governo, ocorre um desmonte
ou esquecimento dos programas bons ou ruins que estavam sendo executados. As
pessoas que estavam desenvolvendo esses programas são dispensadas ou
deslocadas. Assim não há uma evolução ou aperfeiçoamento, pois toda a
experiência é esquecida ou ignorada. Essas descontinuidades ocorrem nas esferas
federal, estadual e municipal.
Um passo para frente seguido de um passo
para traz. Num período de médio prazo, a educação não sai do lugar. Esse
mecanismo perpetua o estado lastimável da educação brasileira.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Aromas e átomos
Na
obra De rerum natura (Da natureza
das coisas) Lucrécio (Titus Lucrecius Carus, 94 a.C. - 55 a.C.) desenvolve o raciocínio
mostrando que alguma coisa deve permanecer constante no mundo. Pois se todas
as coisas pudessem ser gastas e destruídas, o mundo já teria sido gasto. No
entanto, o mundo é sempre o mesmo. Essas coisas indestrutíveis são os átomos,
que não podem ser modificados ou destruídos, e que constituem todas as coisas
da natureza. Lucrécio analisa os fenômenos, e seus argumentos - apesar de não
conhecer tantos fatos quantos se conhece hoje - são do mesmo tipo dos que se
poderia usar numa aula de física. Ele mostra que existem coisas que se acredita
que são materiais, mas não se vê. O próprio ar, apesar de invisível, produz
fenômenos.
Também não podemos ver os
odores, mas deve haver algo que sai dos corpos aromáticos e chega até nós. E
essas coisas são materiais, já que os odores não escapam por um frasco bem
fechado. Essas coisas são tão rarefeitas que são invisíveis; os elementos
dessas coisas, indestrutíveis, devem ser invisíveis também. Eles não têm as
propriedades das coisas materiais. Suas únicas propriedades são o tamanho,
forma e peso (ou o que é a massa para nós). A cor e o odor não seriam
propriedades dos átomos, mas sensações produzidas pelas formas dos átomos que
atingem os nossos órgãos dos sentidos.
Lucrécio concebia os aromas
como sendo devidos a átomos que escapam dos corpos e chegam até nós - do mesmo
modo como nós concebemos a propagação de moléculas aromáticas através do ar.
Os átomos não podem ser vistos,
mas seus efeitos algumas vezes sim; por exemplo, quando um raio de luz penetra
num quarto escuro onde existe poeira. As partículas de poeira ficam dançando no
raio de luz, mesmo se o ar estiver parado; e esse movimento da poeira é devido
aos átomos. Isso de fato ocorre no movimento browniano.
A estrutura da matéria
E, no entanto, as coisas não
são totalmente unidas, e preenchidas por corpos (sólidos): há também o vazio
nas coisas. Se não houvesse o vazio (na natureza), os objetos não poderiam se
mover; pois aquilo, que é propriedade dos corpos, impedir e segurar, estaria
presente em todos os lugares, em todos os instantes; nada, portanto, poderia se
mover, pois nenhuma coisa cederia seu lugar.
E ainda, por mais sólidas que
se pense serem as coisas, você pode apreender disto que direi que elas são
corpos rarefeitos: nas rochas e cavernas a umidade da água atravessa tudo, e
todas as coisas choram numerosas gotas; o alimento se distribui pelo corpo
inteiro dos seres vivos... E porque veríamos que uma coisa pode ser mais pesada
do que outra e, no entanto possuindo o mesmo tamanho?... ...quando uma coisa é
mais leve, e do mesmo tamanho, isso prova que ela possui mais vazios dentro de
si. (De rerum natura, I - 329).
Vazio e átomos
Como a possibilidade de
existência do vácuo ou vazio era muito combatida, Lucrécio cita um caso para
provar sua possibilidade:
Se dois corpos grandes se
chocam e novamente se afastam rapidamente, o ar deveria preencher todo o vazio
que se forma entre os corpos. No entanto, por mais rápidas que sejam as
correntes de ar, o espaço inteiro não pode ser preenchido em um momento...
(Idem, I - 382).
Após muitos argumentos,
Lucrécio estabelece que o universo contenha apenas o vazio e átomos em
movimento, sendo os átomos partículas indivisíveis e muito pequenas. Ele tenta
então explicar fenômenos como os trovões, raios, ventos, e a força dos imãs,
baseado em suas hipóteses. Chega mesmo a descrever a estrutura da alma.
Admite a existência de uma alma
nas pessoas, mas essa alma é apenas uma parte do corpo, constituída, por átomos
diferentes, outra espécie de matéria: além do corpo material, teríamos outro
constituído por átomos diferentes, e essa alma é que transmitiria ordens aos
membros e sensações ao coração.
sábado, 2 de novembro de 2013
O movimento browniano e a natureza da matéria
As dúvidas sobre a natureza contínua da
matéria foram reforçadas com a descoberta do chamado movimento browniano, em
homenagem ao botânico inglês Robert Brown que, em 1827, foi o primeiro a
observar e descrever os movimentos irregulares dos grãos de pólen das plantas
numa gota de orvalho.
Minúsculas partículas de poeira também descrevem movimentos em zigue-zague no ar
(movimento browniano).
Movimento browniano. Quando uma partícula de poeira se choca com uma
molécula de ar, a sua trajetória muda de direção. O resultado é um movimento em
zigue-zague,
|
Com
a teoria sobre o movimento browniano que Einstein publicou em 1905, as últimas dúvidas sobre a natureza granular (atômica) da
matéria desapareceram.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Raios maser e laser
Em 1917,
Einstein explicou o processo de emissão de fótons por indução em átomos e
moléculas. A radiação eletromagnética ao atingir o átomo induz oscilações de
dipolo de carga no mesmo. Em consequência, o átomo emite radiação
eletromagnética.
Em
1953, o físico americano Charles Hard Townes descobriu um método para isolar
estados excitados de moléculas de amônia e depois submetê-las a estimulação por
fótons de microondas com o valor exato da energia necessária.
Uma
quantidade pequena de fótons entra no processo e produz uma “enchente” de
fótons na saída.
Este
processo foi descrito como “microwave
amplification by stimulated emission of radiation”.
Escrevendo as iniciais de cada palavra obtemos “m.a.s.e.r.” e o instrumento
passou a ser conhecido por maser.
Esta palavra foi substituída por outra que ficou mais conhecida, “atomic clock”, relógio atômico.
Em
princípio, a técnica desenvolvida para os masers
pode ser aplicada para ondas eletromagnéticas de qualquer comprimento,
principalmente na faixa visível do espectro.
Em 1958, Townes mostrou que é possível obter
os chamados masers óticos. Este processo, em particular, passou a ser
chamado de “light amplification by stimulated emission of radiation”, na forma abreviada “l.a.s.e.r.” ou simplesmente laser.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Efeito fotoelétrico
Durante
suas pesquisas sobre ondas de rádio, Hertz observou que a passagem de uma
centelha em um circuito é facilitada pela passagem de outra centelha em suas
vizinhanças. Aprofundando as investigações, ele descobriu que o efeito é
causado pela luz ultravioleta emitida pela centelha.
Em
1898, Ernest Rutherford demonstrou que, quando a luz ultravioleta incide em uma
placa de metal, o ar na vizinhança da placa fica cheio de partículas carregadas
negativamente. Com a descoberta do elétron, feita por Thomson, ficou claro que
a luz ultravioleta provoca a ejeção de elétrons (fotoelétrons) da superfície
iluminada. Este é o chamado efeito
fotoelétrico.
Em
1902, Philipp Lenard (1862 – 1947) realizou cuidadosas experiências e constatou
que para cada tipo superfície que permitia a ocorrência do efeito fotoelétrico,
havia uma frequência limite acima da qual o efeito era observado. A física
clássica não explicava este fenômeno de maneira satisfatória.
Mas,
em 1905, Einstein supôs que a absorção da luz também é quantizada, e não
somente durante a emissão como Planck havia afirmado. Com esta suposição,
Einstein obteve uma equação relacionando a energia do fóton incidente com a
energia do fotoelétron.
Em
1916, Millikan confirmou experimentalmente a equação fotoelétrica proposta por
Einstein. Ele chegou a afirmar: “Passei
dez anos tentando mostrar que a equação fotoelétrica estava errada, mas os
resultados experimentais mostraram que ela estava correta”.
Para
Millikan, as suas experiências confirmavam apenas a validade da equação e não a
ideia de que a luz poderia ser considerada como partículas chamadas de fótons (origem na palavra grega para
“luz”).
Somente
em 1922, quando Arthur Holly Compton (1892 – 1962) mostrou que os fótons de
raios X eram espalhados como se fossem partículas, é que Einstein deixou de ser
o único a sustentar o conceito de fóton.
Fotoelétrons
O
efeito fotoelétrico é a emissão de elétrons de metais e outras substâncias
quando absorvem energia de uma onda eletromagnética. Em 1887, Heinrich hertz
observou que, ao iluminar com luz ultravioleta os elétrodos entre os quais se
produz uma descarga elétrica, podia-se aumentar a intensidade da descarga.
Isto
sugeriu a disponibilidade de mais partículas carregadas, identificadas mais
tarde como elétrons. Um ano depois, Wilhelm Hallwachs (1859-1922) observou
emissões de elétrons quando iluminava a superfície de alguns metais, como Zn, Rb, K,Na.
Os
elétrons emitidos ou produzidos dessa maneira são chamados de fotoelétrons.
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