Diferenciamos um feixe de luz de outro pelo
seu brilho. Mas há uma outra característica fundamental familiar a todos, que é a cor. Todos conhecem as cores
principais como a luz vermelha, luz laranja, luz amarela, luz verde, luz azul,
luz violeta e uma grande variedade de tons.
A tendência na antiguidade era considerar a
luz branca do sol como a forma mais simples de luz ou luz “pura”. A cor era considerada
como resultado da adição de impurezas a luz. Esta interpretação tinha como
argumento algumas observações como, por
exemplo, a observação de que a luz que atravessa um vidro vermelho se torna
avermelhada e a luz que é refletida por uma superfície verde fica
esverdeada.
Contrariando este argumento, havia um fenômeno
onde a luz branca do sol apresentava várias cores mesmo sem passar através ou
ser refletido por matéria colorida. Este fenômeno, observado pelos seres
humanos de todas as épocas, é o arco-íris, isto é, o arco de luz colorida que
aparece no céu quando o sol volta a aparecer após uma chuva. Sendo um fenômeno
surpreendente, o arco-íris atraiu muitas explicações mitológicas (ou poéticas);
quem não ouviu falar do pote de ouro no final do arco-íris ou que o arco-íris
seria a ponte entre o céu e a Terra?
A primeira explicação considerada racional é
creditada ao filósofo romano Lucius Annaeus Sêneca (4 a.C.? – 65 d.C.). Ele sugeriu
que o arco-íris seria um fenômeno similar ao que ocorre com a luz na borda de
um pedaço de vidro. No século XVII, os pesquisadores começaram a suspeitar que
o arco-íris, bem como as cores nas bordas dos vidros, seria produzido de alguma
maneira pela refração da luz. René Descartes realizou um tratamento matemático
detalhado da refração e da reflexão total da luz em pequenas esferas de água
que ficam suspensas no ar após a chuva, mas não conseguiu explicar o
aparecimento das cores.
Experiência de Newton. Ao
passar pelo prisma a luz branca do sol se transforma em uma faixa colorida.
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A descoberta fundamental ocorreu em 1666
quando Isaac Newton colocou um prisma no caminho de um feixe de luz branca do
sol que passava através de uma pequena abertura na parede de um quarto escuro. Ao
passar a luz através do prisma, ele observou que a luz branca se transformava
em uma faixa colorida. As cores mais brilhantes da faixa eram vermelha,
laranja, amarela, verde, azul e violeta. Cada uma dessas cores se misturava
suavemente com a seguinte.
Este padrão de cores (ou imagem colorida)
recebeu o nome de espectro (spectrum
é a palavra latina para “imagem”). Newton explicou a existência do espectro da
seguinte maneira:
1. A luz
branca é uma mistura de todas as cores;
2. Cada cor é desviada em um ângulo diferente, quando a luz
passa pelo prisma. A luz vermelha sofre o menor desvio e a luz violeta sofre o
maior desvio. As demais cores sofrem desvios intermediários.
A experiência descrita acima não é
suficiente para sustentar a explicação de Newton. Para garantir a consistência
da sua explicação sobre o espectro, ele colocou um segundo prisma com a base
invertida em relação ao primeiro.
Newton colocou um segundo
prisma com a base invertida e recuperou o feixe inicial de luz branca.
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Todas as cores do
espectro se superpuseram ao passarem pelo segundo prisma e do outro lado surgiu
um feixe de luz inteiramente branca.
Finalmente, Newton executou a experiência
que chamou de experimentum crucis (experiência crucial). Ele deixou passar
apenas o vermelho através de uma fenda no anteparo onde os feixes coloridos
incidiam. Este feixe de luz vermelha passou por um segundo prisma, sofreu um
desvio, mas não mudou de cor.
Quando apenas o feixe de
luz vermelha passa pelo segundo prisma. Ele muda de direção, mas a sua cor
permanece inalterada.
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Se o feixe de luz azul passar por um
orifício e depois pelo segundo prisma, a sua cor continua azul, mas o seu
desvio é um pouco maior que o desvio do feixe vermelho.
O valor do desvio é diferente para
diferentes cores. Newton explicou esta observação dizendo que cada cor tem uma
“refrangibilidade” diferente. Dizemos que o vidro tem um índice de refração
diferente para cada cor.
Após uma chuva há um grande número de
gotículas de água suspensas no ar. Quando a luz branca do Sol incide sobre
essas gotículas de água, os diferentes comprimentos de onda sofrem refrações
ligeiramente diferentes (o índice de difração é diferente para diferentes
comprimentos de onda).
Como o índice de refração tem um valor
diferente para cada comprimento comprimentos de onda, a luz vermelha é refratada
por um ângulo menor que a luz azul. Ao sair da gota de chuva, novamente os
raios vermelhos são refratados por um ângulo menor que os raios violetas,
produzindo uma faixa multicolorida que chamamos de arco-íris. (Na mitologia
grega, a deusa Íris exerce a função de arauto divino).
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