A visão escola pitagórica foi
duradoura e ainda influencia o pensamento e o vocabulário. Por exemplo, o vocábulo harmonia no seu sentido mais lato é de
origem pitagórica. A palavra filosofia também é de origem pitagórica. Ao dizer
figuras (ou casas) decimais, estamos usando uma gíria da Irmandade pitagórica.
Para entender a ideia dos
pitagóricos sobre números observe, por
exemplo, que a série dos números quadrados perfeitos pode ser obtida pela
adição de sucessivos números ímpares:
[1]+3=[4]+5=[9]+7=[16]+9=[25]+11=[36]+...
A adição de sucessivos números pares forma os “números oblongos”, em que
razão dos lados representa exatamente os intervalos concordantes da escala
musical:
2 (2:1, oitava)+4=6 (3:2,
quinta)+6=12 (4:3, quarta)
Para o poeta Homero o mundo era
como uma ostra, um disco flutuante rodeado pelo oceano. No universo de
Anaximandro, o disco terrestre já não flutua sobre a água, permanece no centro
suportado por nada e rodeado pelo ar. Para os pitagóricos, a Terra se
transforma em uma esfera, e, em torno dela, o Sol, a Lua e os planetas
(estrelas errantes) giram em círculos concêntricos, cada um preso a uma esfera.
Nesta descrição do universo,
cada corpo celeste provoca um sussurro musical. Cada planeta provocará um tom
característico, dependendo da razão da respectiva órbita, assim como o tom de
uma corda depende do seu comprimento.
As órbitas em que os planetas
se movem formam uma espécie de lira cósmica cujas cordas formam círculos. Este
universo, governado pelas leis da harmonia, assemelha-se a uma caixa de música
cósmica a repetir o mesmo prelúdio de uma eternidade à outra.
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