Até o ano de 1800, os estudiosos
ainda eram conhecidos simplesmente como filósofos e o currículo universitário
básico para todos os estudantes era constituído pelas sete artes liberais que
ia da retórica à astronomia. Nessa época, ocorreu a divisão do currículo universitário
básico em Ciências Naturais e Ciências Sociais.
Antes da
divisão do currículo universitário básico, os egressos das universidades
exerciam mais de uma atividade. Os mais brilhantes se tornavam verdadeiros
polímatas; isto é, eruditos com conhecimento de todo o “curso” ou “currículo”
de estudos. Os exemplos mais notáveis de polímatas são: Galileu Galilei (1564 – 1642) e Leonardo
di ser Piero da Vinci (1452 – 1519). Galileu
preocupava-se com os problemas ligados à engenharia. Ele fez pesquisa em física,
foi professor de matemática, astrônomo e filósofo. Leonardo da Vinci pode ser considerado como o maior polímata (do
grego polymathēs, πολυμαθής, “aquele que aprendeu muito”) de
todos os tempos. Ele foi arquiteto, matemático, escultor, anatomista, poeta,
pintor, músico, engenheiro, inventor, cartógrafo, precursor da aviação e da
balística.
À medida que as informações foram se acumulando, os filósofos sociais
começaram a atuar em áreas mais específicas tais como psicologia, sociologia,
economia e etc.
Com
esta divisão surgiram, no século dezenove, as palavras: perito, profissional,
cientista,
departamento
e especialista.
Assim, surgiram áreas do conhecimento que foram chamadas de especialidades e
receberam nomes específicos.
Com o passar do tempo, o
conhecimento na ciência natural (ou
filosofia física) foi se aprofundando e ampliando. Os filósofos naturais também
começaram a atuar em áreas mais específicas, ou seja, eles escolhiam um ou
outro seguimento do empreendimento científico para trabalhar e, com frequência,
se separavam do domínio da física.
O estudo da composição e
interação das substâncias passou a ser a química;
o estudo da natureza física da terra deu origem à geologia; o estudo do movimento e da posição dos corpos celestes
deu origem à astronomia; o estudo da
função, da estrutura, e das relações mútuas dos organismos vivos passou a ser a
biologia; e assim por diante. O
estudo das relações abstratas das formas e dos números passou a constituir o
que chamamos de matemática. Assim, a
matemática deixou o domínio das ciências naturais e passou a constituir um
corpo lógico, mas continua a ser uma ferramenta poderosa que os cientistas usam
para desvendar os segredos da natureza.
Divisão artificial
Inicialmente, a divisão do
estudo da natureza (ou filosofia física) em várias especialidades (ou áreas)
foi útil e parecia natural e apropriada, pois criou domínios que,
aparentemente, eram completamente independentes um do outro. Assim foi possível
estudar, por exemplo, geologia ou
astronomia sem qualquer referência à química ou à biologia.
Com o passar do tempo, as
técnicas desenvolvidas em uma das áreas tornou-se útil em outras. Consequentemente,
o isolamento dessas áreas foi desaparecendo. Por exemplo, as técnicas físicas no estudo dos átomos passaram a
ser usadas no estudo das reações químicas e, assim, surgiu uma nova área (ou
campo de trabalho) conhecida como físico-química.
Essas técnicas também provocaram o surgimento da biologia molecular.
As técnicas físicas no estudo
da interação da radiação com a matéria passaram a ser usadas na determinação da
constituição química e estrutura física das estrelas e deu origem à astrofísica. As técnicas desenvolvidas
na física para o estudo das vibrações são usadas pelos geólogos no estudo das
vibrações que ocorrem durante um terremoto e surgiu, assim, a área de
conhecimento conhecida como geofísica.
Como a ciência é uma busca sem
fim pelo conhecimento, cada área está se dividindo em várias áreas mais
restritas ou especializações. Por exemplo,
na física temos: física nuclear, física molecular, física do plasma, física
estatística, física das partículas elementares, teoria de campos, física do
estado sólido (ou matéria condensada) e assim por diante.
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