sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O retrocesso na educação



   As obras destinadas ao Ensino Médio eram adquiridas em volumes avulsos por componente curricular ou por área de conhecimento, ou seja, sem a obrigatoriedade de constituírem uma única coleção envolvendo as outras disciplinas.

   Os livros assim adquiridos eram usados por um período de três anos. O único inconveniente era que nem sempre o professor que escolhia o livro era quem iria usá-lo, pois um dado professor escolhia um determinado livro para suas turmas e, no ano seguinte, mudava de escola. Muitas vezes, o novo professor não seguia o livro que foi adotado pelo professor do ano anterior.

   Este é um problema sério, pois o livro didático é componente fundamental no processo de aprendizagem. Mas as autoridades educacionais, isto é, o pessoal lá do Ministério da Educação Ignoraram este problema ou sequer tomaram conhecimento da sua existência.

   O Edital de convocação 02/2012 – CGPLI (PNLD EJA 2014) agravou ainda mais este problema. Este Edital convocou os editores para o processo de inscrição e avaliação de obras didáticas destinadas aos alunos e educadores da Educação de Jovens e Adultos (EJA), e estabeleceu as condições e especificações para os livros que serão adotados pelas escolas e adquiridos de acordo com o Plano Nacional do Livro Didático.

   De acordo com este Edital e seus Anexos, o livro de qualquer disciplina faz parte de uma coleção englobando todas as disciplinas. Por exemplo, se o professor de geografia escolhe para a sua disciplina um livro de uma determinada coleção, então a professora de história também deve “escolher” o livro de história que faz parte da mesma coleção.

  Todos os professores de uma mesma escola devem “escolher” os livros para suas disciplinas da mesma coleção gostando ou não.

   Os livros passaram a ser consumíveis, isto é, serão trocados todos os anos. Isto elimina o problema que mencionei acima, mas cria um problema maior, pois vai gerar um atrito muito grande entre professores de diferentes disciplinas.

   Aparentemente, essas decisões são tomadas por pessoas que não têm a mínima noção do ambiente dentro de uma escola ou há outros interesses que motivaram uma decisão que irá piorar ainda mais a situação da educação no Brasil.

   Esta imposição de se “escolher” os livros de uma mesma coleção (isto é, os livros de uma mesma editora) para todas as disciplinas também gera problemas no Ensino Fundamental. A professora não pode escolher o livro que julgar melhor ou mais adequado para uma determinada disciplina se este livro for de uma outra coleção ou editora diferente.

   A impressão que se tem é que as autoridades educacionais seguem o lema:

           Podendo piorar, não é necessário melhorar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário