As obras destinadas ao Ensino Médio eram adquiridas
em volumes avulsos por componente curricular ou por área de conhecimento, ou seja,
sem a obrigatoriedade de constituírem uma única coleção envolvendo as outras
disciplinas.
Os livros assim adquiridos eram usados por
um período de três anos. O único inconveniente era que nem sempre o professor
que escolhia o livro era quem iria usá-lo, pois um dado professor escolhia um
determinado livro para suas turmas e, no ano seguinte, mudava de escola. Muitas
vezes, o novo professor não seguia o livro que foi adotado pelo professor do
ano anterior.
Este é um problema sério, pois o livro didático
é componente fundamental no processo de aprendizagem. Mas as autoridades
educacionais, isto é, o pessoal lá do Ministério da Educação Ignoraram este
problema ou sequer tomaram conhecimento da sua existência.
O Edital de convocação 02/2012
– CGPLI (PNLD EJA
2014) agravou ainda mais este problema. Este Edital convocou os editores para o processo de inscrição
e avaliação de obras didáticas destinadas aos alunos e educadores da Educação
de Jovens e Adultos (EJA), e estabeleceu as condições e especificações para os
livros que serão adotados pelas escolas e adquiridos de acordo com o Plano
Nacional do Livro Didático.
De
acordo com este Edital e seus Anexos, o livro de qualquer disciplina faz parte
de uma coleção englobando todas as disciplinas. Por exemplo, se o professor de geografia escolhe para a sua disciplina
um livro de uma determinada coleção, então a professora de história também deve “escolher”
o livro de história que faz parte da mesma coleção.
Todos os professores de uma mesma escola devem
“escolher” os livros para suas disciplinas da mesma coleção gostando ou não.
Os livros passaram a ser consumíveis, isto é,
serão trocados todos os anos. Isto elimina o problema que mencionei acima, mas
cria um problema maior, pois vai gerar um atrito muito grande entre professores
de diferentes disciplinas.
Aparentemente, essas decisões são tomadas
por pessoas que não têm a mínima noção do ambiente dentro de uma escola ou há
outros interesses que motivaram uma decisão que irá piorar ainda mais a situação
da educação no Brasil.
Esta imposição de se “escolher” os livros de
uma mesma coleção (isto é, os livros de
uma mesma editora) para todas as disciplinas também gera problemas no
Ensino Fundamental. A professora não pode escolher o livro que julgar melhor ou
mais adequado para uma determinada disciplina se este livro for de uma outra coleção
ou editora diferente.
A impressão que se tem é que as autoridades
educacionais seguem o lema:
Podendo
piorar, não é necessário melhorar.
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