quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Nicolau Copérnico e a gravidade



   Na Idade Média, usava-se a palavra latina “grave” para designar uma coisa pesada. De acordo com a filosofia aristotélica, o peso de um corpo era sua tendência de ir para o centro do universo, que é o seu lugar natural. Essa tendência de cair (ou ir para o lugar natural) era chamada de gravidade em latim.
   A gravidade era apenas um nome, e não a explicação real do fenômeno. Ainda hoje, a “gravidade” continua a ser apenas um nome para a maioria das pessoas. Quando se pergunta aos estudantes por que os objetos caem, a resposta mais comum é “por causa da gravidade”; e se perguntarmos o que é a “gravidade”, a resposta mais comum é “gravidade é aquilo que faz com que os objetos caiam”.
   A gravidade era compreendida como alguma coisa que existia nas proximidades da superfície terrestre. Não se imaginava que ela tivesse qualquer influência sobre o movimento dos corpos celestes. De acordo com a filosofia aristotélica, os corpos celestes não eram constituídos por matéria dotada de peso e, portanto não podiam cair.
   Havia assim dois campos de estudo que eram considerados quase independentes; a mecânica terrestre e a astronomia, pois os fenômenos que ocorriam com os objetos sólidos eram considerados completamente diferentes dos celestes.
   Quando Nicolau Copérnico (1473 – 1543) sugeriu que a Terra se movia em torno do Sol, ele separou as ideias de gravidade e de centro do universo, que eram as ideias básicas de Aristóteles (os graves caiam em direção ao centro do universo).
   Mas, como a Terra não era mais o centro do universo, mas os corpos caem em direção ao seu centro. Essa propriedade não era mais geométrica, era devida a alguma coisa existente na Terra que atrai os corpos. Copérnico percebeu isso claramente, e afirmou que todos os corpos celestes possuíam uma gravidade própria que atraia os corpos das vizinhanças para os seus respectivos centros.

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