segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Os artesãos e os diabólicos pedaços de vidro


   Desde o séc. 13 d.C. pequenas peças circulares de vidro, mais espessas no centro que na borda, com superfícies polidas e transparentes eram muito úteis, pois elas possuíam o misterioso poder de fazer as pessoas idosas ver bem a curta distância. Mas, apesar dessa utilidade, essas peças circulares eram consideradas como diabólicos pedaços de vidro.
   As lentes podem tornar as figuras mais afastadas ou próximas, invertidas, coloridas ou distorcidas, maiores ou menores. Devido a esses efeitos, as lentes eram consideras enganadoras pela maioria dos estudiosos da Idade Média. Esses argumentos tolos convenceram esses sábios a ignorar as lentes durante quase quatrocentos anos, pois elas não deviam ser usadas para propósitos sérios.
   Naquela época havia um ditado de aceitação geral, não se pode atribuir valor científico a qualquer coisa observada somente pela visão. A observação visual só era considerada válida quando confirmada pelo tato.
   Por mais ridículos que possam parecer, foram esses “argumentos” que convenceram os estudiosos da época a ignorar as lentes. Mas os artesãos, que nada sabiam sobre essas “teorias” ou ditados, continuaram polindo lentes e montando os aparelhos conhecidos como óculos.
   Foi somente no séc. 17, ainda assim com relutância, quando alguns estudiosos da ótica compreenderam a importância das lentes na vida diária dos seres humanos.

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