A primeira visão do
mundo foi uma visão mítica ou poética. Com esta visão não se procura
compreender o universo através da razão, e sim através dos sentimentos. Um
poeta não tenta convencer os seus leitores ou ouvintes sobre uma ideia; tenta
fazer com que eles compartilhem de seus sentimentos. Um excelente exemplo
de pensamento mítico foi dado por Homero (poeta grego que viveu entre os
séculos IX e VIII a.C.) ao escrever na Ilíada:
Quando a Aurora envolta em sua túnica açafrão, apressava-se a sair das
correntes do oceano, para derramar luz sobre mortais e imortais....
Certamente, o objetivo
de Homero não era explicar racionalmente as cores do céu ao alvorecer. A
preocupação do poeta era transmitir um sentimento de doçura, de paz e
purificação, de renovação.
O pensamento científico não surgiu de
repente na Grécia. Houve uma transição de um tipo de pensamento que não está
relacionado com as ciências naturais, do modo como entendemos hoje, até chegar
a algo parecido com o que hoje chamamos de ideias científicas. Houve uma
evolução que levou do pensamento mítico (ou poético)
ao pensamento científico ou racional.
O pensamento racional tenta explicar os
fenômenos naturais e as ideias de uma maneira que possam ser compreendidos,
isto é, que possamos ver como eles ocorrem. Quando se tenta explicar
racionalmente um fenômeno, deve-se procurar estabelecer por que ocorreu de uma
maneira e não de outra.
Se colocarmos no fogo um material que se
parece com madeira, e verificarmos que o mesmo não se queima, pode-se tentar
uma explicação racional para o fato. Uma análise química pode demonstrar que o
material que não se queima não é madeira apesar da aparência. Isto explicaria o
fenômeno de maneira racional.
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