quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O Renascimento do Atomismo





   Sem a observação sistemática dos fenômenos da natureza e sem as descobertas experimentais, a ciência da natureza revolvia em torno de especulações improdutivas dominadas pelas ideias aristotélicas. Sem o estímulo das observações, o pensamento não evoluía muito.
   Isso não pode ser explicado pela “diferença” de culturas entre os antigos gregos e os povos da Idade Média, razão invocada em O Declínio do Ocidente pelo filosofo Oswald Spengler.
   A observação e a experimentação, como prática metódica de pesquisa da natureza, iniciaram com os trabalhos de William Gilbert, com as engenhosas experiências Galileu Galilei (1564 - 1642) e outros, no fim do século XVI.
   O programa de pesquisa de Galileu era:
Meça o que for mensurável e torne mensurável o que ainda não for”.


   Com o surgimento da ciência moderna, ou seja, com o início da observação e da experimentação, como prática metódica de pesquisa da natureza, o atomismo ressurgiu. O filósofo francês Pierre Gassendi (1592-1655) adotou a visão epicuriana de Lucrécio e influenciou outros filósofos da época. Um deles foi Robert Boyle (1627-1691), com ele o atomismo entra numa nova fase; deixa de ser uma questão filosófica ou de dedução e passa a ser uma questão de experimentação e observação.
   Boyle mostrou que se pode alterar o volume de um gás (neste caso, o ar) sem alterar a sua massa. É muito difícil imaginar como isso pode acontecer se a matéria fosse realmente um contínuo. Podemos esticar uma tira de borracha, mas à medida que aumentamos o seu comprimento, ela vai se estreitando; o seu volume não é perceptivelmente alterado.
   O comportamento do ar é similar ao de uma esponja, pois podemos comprimi-la em todas as direções e alterar consideravelmente o seu volume, mantendo sua massa constante. Podemos comprimir a esponja por causa das suas cavidades que estão cheias de ar que é empurrado para fora. Ela pode expandir novamente, se permitirmos que o ar volte para as cavidades.
   Assim, não seria possível existir “cavidades” invisíveis no ar, as quais diminuiriam o volume quando comprimimos o ar? Neste processo o volume poderia ser alterado enquanto a massa permanece constante, pois esta depende apenas do número de partículas. Outras propriedades dos gases podem ser facilmente explicadas usando o raciocínio atomístico.
   As ideias do atomismo podem ser facilmente transferidas dos gases para os sólidos e líquidos, visto que é possível converte-los, usando calor, em gases ou vapores.

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